LUBRIFICAÇÃO - GRAXAS
Uma graxa lubrificante pode ser definida como um material sólido a semi-sólido, constituindo de um agente espessante (sabão metálico) disperso num lubrificante líquido (óleo).
Muitas vezes, acrescenta-se aditivos para intensificar certas propriedades a graxa. Devido a sua consistência semelhante ao gel, prefere-se as graxas em lugar dos óleos em aplicações onde ocorreria um vazamento de óleo.
Aplicação de Graxa:
- Onde o óleo não pode ser contido ou vaza com facilidade;
- Onde existem dificuldades e condições inseguras para realizar a relubrificação;
- Onde o lubrificante deve ter também a função de vedar;
- Onde o projeto da máquina especifica a utilização de graxa;
- Onde o tempo de relubrificação for reduzido;
- Onde se quer reduzir a freqüência de lubrificação;
- Onde existem equipamentos com lubrificação intermitente;
- Onde é importante a redução de ruídos;
- Onde existem condições extremas de altas temperaturas, altas pressões, cargas de choque.
Esquema simplificado de fabricação das graxas.
Processos para fabricar graxa:
- Processo de Tacho:
Um dos mais tradicionais. Por meio de um processo de bateladas realizado em grandes tachos. As capacidades destes tachos variam de 4500 kg a 22600 kg.
- Processo Contactor:
Semelhante ao de tacho, porém tem o tempo de fabricação reduzido.
- Processo Contínuo:
A graxa obtida neste processo possui maior homogeneidade e estabilidade ao cisalhamento.
Tipos de Graxas:
São diferenciadas quanto à natureza do espessante. Existe uma grande variedade de espessantes, dentre os quais, destacam-se sabões metálicos, argilas tratadas, polímeros de uréia e outros, sendo que cerca de 90% dos casos os espessantes empregados são sabões metálicos.
Quanto à natureza do sabão metálico, são classificadas:
- Graxas à base de sabão de Cálcio:
Aderentes, são indicadas para uso em peças que trabalham em contato com água. Não são indicadas para utilização em temperaturas superiores a 800ºC;
- Graxas à base de sabão de Sódio:
Recomendadas para mancais planos e rolamentos que trabalham a altas velocidades e temperaturas elevadas (até 1200ºC) e, ocasionalmente, em engrenagens. É desaconselhável o seu uso em presença de umidade, pois o sabão é solúvel em água;
- Graxas à base de sabão de Alumínio:
São indicadas para uso onde o principal requisito seja a característica de aderência da graxa, proporcionando boa proteção contra a ferrugem e resistência à lavagem por água. Não resiste a temperaturas elevadas;
- Graxas à base de sabão de Lítio:
São aderentes e relativamente insolúveis em água, substituindo, em aplicações convencionais, substitui muito bem as graxas de Cálcio e Sódio, sendo, portanto, de aplicações múltiplas. Esta é a graxa indicada no manual da impressora offset GTO do laboratório.
Possuem grande estabilidade mecânica e alto ponto de gota, sendo de fácil aplicação por meio de pistolas e sistemas centralizados de lubrificação;
- Graxas à base de sabão Complexo:
Sabão complexo é aquele, em que a fibra do sabão é formada pela cristalização de um sabão normal (Cálcio, Sódio, Alumínio ou Lítio) e um agente complexo, como: ácido acético, lático, etc.
Esse tipo de graxa apresenta como característica principal um elevado ponto de gota.
Principais características das graxas:
- Consistência;
- Ponto de gota;
- Bombeamento;
Consistência:
É a resistência oferecida por uma graxa à sua penetração. É determinada pelo método que consiste em medir a penetração (em décimos de milímetros) exercida por um cone sobre uma amostra de graxa, sob ação de carga padronizada durante 5 segundos e à temperatura de 250ºC.
O aparelho utilizado nesta medição é chamado penetrâmetro.
Esquema simplificado do funcionamento do equipamento destinado para a determinação da consistência da graxa.
Ponto de gota:
Indica a temperatura em que a graxa passa do estado sólido ou semi-sólido para o líquido.
Esta medida serve como orientação para a mais alta temperatura a que certa graxa pode ser submetida durante o trabalho.
Deve-se considerar como limite operacional uma temperatura 20% inferior ao seu ponto de gota.
Esquema simplificado da determinação do ponto de gota de uma determinada graxa.
Bombeabilidade:
É a capacidade de fluir de uma graxa pela ação de bombeamento.
Os fatores que afetam o bombeamento são:
- consistência da graxa;
- viscosidade do óleo;
- tipo de espessante.
Gráfico indicado a bombalidade das graxas para um mesmo grau em NLGI. indicado está o sabão metálico associado.
Referências:
Fundamentos da Lubrificação. Chevron do Brasil. Departamento de Tecnologia da Texaco Brasil LTDA. 2005.
Anotações da apostila de lubrificação do curso técnico em mecânica CEFET-BA.
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